(...) O fundamento invocado é a confessada falência do Estado para combater a
dita “criminalidade organizada”, que é mais produto da omissão dos governantes
ao longo dos anos do que propriamente alguma “organização” ou “sofisticação”
operacional da delinquência massificada. Na verdade, virou moda falar crime
organizado, organização criminosa e outras expressões semelhantes, para
justificar a incompetência e a omissão dos detentores do poder, nos últimos
quinze anos, pelo menos. Chega a ser paradoxal que se insista numa propalada
sofisticação da delinquência; num país onde impera a improvisação e tudo é
desorganizado, como se pode aceitar que só o crime seja organizado? Quem sabe o
Poder Público, num exemplo de funcionalidade, comece combatendo o crime
desorganizado, já que capitulou ante o que resolveu tachar de crime organizado.
(Cezar Roberto Bitencourt)
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